Menstruação: a polêmica

Menstruação: a polêmica

Lilith foi à primeira mulher. Criada por Deus do mesmo pó que ele próprio se constituiu, não aceitou a submissão e foi expulsa do Paraíso. A tradição greco-romana a descreve como “cheia de sangue e saliva”, ou “menstruação de sangue e desejo”. Exilada no inferno simbolizará o lado escuro da lua, a face oculta da Eva, aquela que procurou seu lugar no mundo dos homens.

Desde então as luas cheias e crescentes serão o do influxo, da plenitude da infertilidade. Quando, nos ciclos minguantes, ela esconde seu rosto, domina Lilith, a que sangra, a ausente, a infértil.

Até onde esse mito repercute na mulher moderna é difícil precisar. Mas, sem dúvida, as questões que levanta sexualidade, fertilidade, menstruação, continuam a dominar a vida da mulher de todos os tempos, isso pode mudar a partir de uma proposta que ganha adeptos nos consultórios de ginecologia brasileira. A mulher poderia, sem prejuízo para sua saúde, parar de menstruar quando quisesse. É claro que esta ideia não surgiu como aplauso geral.

Médicos psicólogos, profissionais de recursos humanos e, sobretudo as mulheres têm dúvidas e questões de todo o tipo. Aparentemente oculta à intimidade feminina, essa é uma daquelas mudanças que altera todas as relações sociais. Afinal, como seria conviver com mulheres que não têm as explosões da tensão pré-menstrual, mas também não mostram nos olhos o brilho daqueles dias férteis em que seu corpo está repleto de hormônios?
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