Quais os tipos de implantes anticoncepcionais e reposição hormonal no Brasil?
Elcometrina: uma pequena haste é introduzida sob a pele do bumbum. Tem efeito de seis meses. No primeiro semestre de uso, 50% das pacientes apresentam irregularidades. No segundo, o índice cai para 10%. Na troca para o terceiro, praticamente todas param de menstruar. Vantagens: diminui o inchaço e reduz grandes focos de endometriose. Desvantagens: 15% das mulheres sofrem perda da libido, por isso é comum associar à substância uma pequena dose de testosterona.
Gestrinona: tem ação diferente e duração maior: um ano. É aplicado no bumbum. Dois meses depois, a maioria pára de menstruar. Vantagens: corta a TPM, combate a celulite, eleva um pouco a libido e contribui para o ganho de massa muscular nas mulheres que praticam esporte. Desvantagens: aumenta a acne e pode estimular o apetite nos primeiros dois meses.
Implanon: consiste num bastonete flexível introduzido sob a pele do braço. Age durante três anos. Logo no início, 20% das mulheres param de menstruar e 25% passam a fazê-lo a intervalos maiores. Continuando o uso, esses índices sobem para 40% e 35%, respectivamente. Vantagens: alivia a TPM, reduz as cólicas e a intensidade do fluxo nas que prosseguem menstruando. Desvantagens: às vezes causa dores de cabeça e ganho de peso, sobretudo no trimestre inicial. Outras possibilidades são acne, queda de cabelo, aumento dos pêlos do corpo e redução da libido.
Implantes
Os implantes são feitos de tubos de silasticos especialmente fabricados para uso médicos. Cada unidade mede entre 3 a 4 cm de comprimento e 1mm de diâmetro.
O esteróide (ou seja o hormônio específico) finamente pulverizado (pó) ou micronizado, é colocado e compactado na cápsula (tubinho) e fechado (selado ou ocluído) com cola de silástico.
Depois do enchimento os implantes (tubinhos) são pesados e esterilizados (vapor ou óxido de etileno) e embalados para uso.
A aplicação dos implantes se faz por via subcutânea na região glútea com ajuda de trocar (aplicador) nº 11, em área previamente anestesiada com procaína a 5%.
Tipos de implantes
São seis tipos, Elcometrina, Gestrinona, Nomegestrol e Levonorgestrel são os hormônios anticoncepcionais e Estradiol e Testosterona são hormônios bioidênticos usados isoladamente ou combinados com os anticoncepcionais e/ou combinados para reposição hormonal.
Tabela com especificação
As indicações médicas para os implantes variam desde a puberdade precoce (10 anos) até a reposição hormonal (80 anos).
Nessa série de indicações teremos:
1- A puberdade precoce que é quando uma menina entre 9 e 10 anos inicia sinais clínicos que sua primeira menstruação vai vir precocemente.
2- A endometriose que é uma doença benigna que causa uma série de problemas a mulher que vai desde cólicas intensas durante o fluxo menstrual, passando a causar dores durante a relação sexual em muitas mulheres e podendo chegar a causar infertilidade na mulher.
3- TPM - Os problemas que antecedem a menstruação, como inchaço, enxaqueca e distúrbios de humor.
4- Miomas - Que são tumores benignos e também pode diminuir com o uso de alguns implantes específicos.
5- Algumas irregularidades menstruais como o excesso de volume (anemia).
6- Alguns problemas como enjôo, mal estar, que a passagem da pílula pelo estomago e fígado podem causar.
7- A Jovem que esquece de tomar as pílulas gerando ineficácia e irregularidade.
8- Problemas de libido (baixo desejo sexual) podem ser resolvidos associando implantes de testosterona ao implante anticoncepcional.
9- A individualização das doses por índice de massa corporal e hábitos (fumantes), atividades físicas, etc...
Estradiol
O estradiol é utilizado na reposição hormonal para mulheres com hipoestrogenismo (diminuição do nível de estradiol) de qualquer natureza, principalmente na menopausa. O número de cápsulas recomendadas varia de acordo com o grau de hipoestrogenismo, a idade, o peso, a altura e a existência ou não de fatores como o uso do fumo e o consumo de álcool, que podem afetar a liberação ou a ação do esteróide. Seis implantes proporcionam níveis sanguíneos que variam de 20 a 50 pg/ml de estradiol no sangue circulante na maioria das usuárias. Em mulheres com superfície corporal avantajada este numero pode se elevar para oito e em mulheres pequenas e magras deve ser reduzido para quatro. As mulheres castradas cujas ooferectomias (retirada dos ovários) foram realizadas antes da menopausa e que apresentam níveis sanguíneos de estradiol abaixo de 10pg/ml, assim como em fumantes o numero deve ser aumentado para 8 ou até 10. Nas mulheres que já apresentam níveis de estradiol em torno de 50 a 60pg/ml 4 implantes. Em homens os implantes de estradiol, em associação com a testosterona, podem ser utilizados no tratamento de oligozoospermia (pouco espermatozoide), na proporção de dois implantes do estrogênio para quatro do androgênio. Na osteoporose masculino o hormônio feminino ajuda particularmente em pacientes castrados.
Testosterona
Os implantes de testosterona são usados na reposição hormonal tanto em homens com hipoandrogenismo de qualquer natureza, proporcionando níveis satisfatórios do hormônio por período de um ano. Dez implantes de testosterona elevam os níveis sanguíneos no hipogonadismo (diminuição da testosterona) de 200ng/dL para 350 a 380ng/dL. Em homens normais com níveis de testosterona inferiores a 400ng/dL, 8-10 implantes aumentam os níveis para 500-550 ng/dL. O aumento de 20 a 30% nos níveis sanguíneos de hormônio permite uma melhora na sintomatologia do hipoandrogenismo (perda de memória, redução do libido, impotência sexual e astenia). Como a testosterona exógena diminui a síntese de Globulina Transportadora de Esteroides Sexuais (SBRH), os implantes contribuem para o aumento da testosterona livre. Na mulher os implantes são utilizados para aumentar o libido e a receptividade sexual, além de apresentar efeito antidepressivo. Também representam um importante reforço na prevenção da osteopenia e osteoporose. Na menopausa os níveis sanguíneos de testosterona na mulher diminuem cerca de 10% e podem ser repostos com apenas 1-2 implantes. Nas mulheres ovariectomizadas são necessários 3-4 implantes porque a redução dos níveis sanguíneos é superior a 50%.
Estradiol + Testosterona
A associação de implantes de estradiol com implantes de testosterona tem sido usados já muitos anos na reposição hormonal em pacientes da Maternidade Climério de Oliveira, CEPARH e na Montgomery Clinica Médica. A associação mais utilizada é a 6E+2T, que proporciona níveis fisiológicos basais dos dois hormônios compatíveis com o uso prolongado na maioria das pacientes. A presença da testosterona neutraliza parcialmente os efeitos periféricos do estradol e vice-versa, podendo ser utilizado em mulheres histerectomizadas ou não.
Estradiol + Progestínicos
Além da testosterona, três progestínicos são utilizados em associação com o estradiol na reposição hormonal de mulheres com útero. São eles o levonorgestrel (L), a gestrinona (G) e o Acetato de Nomegestrol (N). Para neutralizar o efeito do seis implantes de estradiol sobre o endométrio são necessários dois implantes de levonorgestrol (E6 + 4L). Para neutralizar quatro implantes e estradiol são necessário dois de levonorgestrel (E4+2L). Para obter efeito neutralizador semelhante com a gestrinona, terimos E6+2G ou E4+1G. Com o acetato de nomegestrol, um único implante é suficiente para neutralizar até oito implantes de estradiol.
Gestrinona
Implantes de gestrinona são utilizados nas mesmas indicações da gestrinona por via oral, que incluem o tratamento da endometriose e outras doenças estrogênio-dependentes que se beneficiam com a supressão da menstruação.
Os efeitos colaterais dos implantes são os mesmo observados com o uso dos esteróides por via oral, porém em menor intensidade. A queixa mais frequente está associada a alterações no padrão de sangramento menstrual e incluem menorragia, hipermenorréia e “spotting” e devem ser tratados de acordo com o caso de modo o habitual.